Queimadas e a poluição do ar

Ao longo das últimas semanas temos visto muitas cidades tomadas por grandes nuvens de fumaça e causando vários transtornos à população. A fumaça tem origem nas queimadas e incêndios florestais que vem ocorrendo por todo país. Entre os diversos efeitos negativos das queimadas, podemos destacar um em especial: a poluição atmosférica.

A poluição atmosférica pode ser compreendida com a introdução de qualquer partícula ou substância em concentrações nocivas a saúde e ao meio ambiente, no meio atmosférico. Neste sentido, durante as queimadas podem ser liberados materiais particulados, dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono, ozônio, hidrocarbonetos, além de outras substâncias nocivas.

A liberação dessas substâncias é prejudicial à saúde humana, causando principalmente, distúrbios respiratórios. Em casos de exposição aguda, a inalação da fumaça pode causar dores de cabeça, irritação nos olhos e garganta, rouquidão, tosse, doenças de pele, cansaço e dificuldade de respirar. Também pode agravar quadros de rinite, asma e bronquite. Em escala global, a Organização Mundial da Saúde tem alertado sobre o assunto, considerando a poluição do ar como uma das dez principais ameaças à saúde humana.

No artigo intitulado “Efeitos das queimadas na saúde da população com foco para as doenças pulmonares” publicado neste ano na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, os autores revelam que o aumento da presença de poluentes atmosféricos podem vir a aumentar o número de doenças hospitalares por doenças respiratórias. Em outro estudo, desenvolvido por Conceição et. Al, de 2020, os autores concluíram que os dados danos à saúde, causado pelas queimadas, estão além da pessoa afetada, gerando efeitos negativos no sistema de atenção básica, devido ao aumento do número de atendimentos.

Dessa forma, o combate as queimadas, é uma necessidade de ordem ambiental, e também de saúde pública, e por mais que muitos esforços venham sendo feitos por parte das unidades de corpo de bombeiros, órgãos ambientais e demais entidades de apoio, o efetivo acaba por não ser suficiente para atender as ocorrências, muitos locais são de difícil acesso e faltam recursos adequados. 

Esse cenário nos mostra cada vez mais a urgência em buscar ações mais efetivas no combate as queimadas, seja no nosso dia-a-dia ou nas decisões políticas.

REFERÊNCIAS:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública Queimadas e incêndios florestais : alerta de risco sanitário e recomendações para a população [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências em Saúde Pública. – Brasília : Ministério da Saúde, 2020. 12 p. : il.

Conceição, D. S., Vanccin, P. D. A., Batista, A. K. R., Viana, V. S. S., Alcântara, A. dos S. S., Eleres, V. M., Ribeiro, R. de S., & Rocha, A. M. (2020). O Impacto das Queimadas na Saúde Pública / The Impact of Burns on Public Health. Brazilian Journal of Development.

Sousa, H. F. M. de, Silva, L. S. da, & Costa, F. N. da. (2024). EFEITOS DAS QUEIMADAS NA SAÚDE DA POPULAÇÃO COM FOCO PARA AS DOENÇAS PULMONARES. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências e Educação.